Medo de sair da casa dos pais - Com vídeo






Deixar a casa dos pais pode envolver alguns aspectos:
- Deixar o local onde já está acostumada. Algumas coisas podem parecer sem importância, mas saber o que fica em qual gaveta, sabe que horas o vizinho para de fazer barulho, saber que dia tem feira na rua, que dia tem promoção no mercado da esquina, saber que aquela pessoa estranha é apenas o vizinho da rua de baixo, etc. Tudo isso são coisas que nos trazem conforto do “velho conhecido”. Muitas vezes preferimos este conforto do que desbravar novas frentes a enfrentar a incerteza do porvir.

- Perder o contato diário com a mãe, pai ou os dois. Às vezes a pessoa significativa é a avó, outras vezes a tia, mas em alguns casos a dependência emocional pode paralisar uma pessoa em um determinado estágio de forma a estagnar-se numa vida sem movimento e novidades. Contar com o apoio moral da família, apesar de maravilhoso, também se trata de algo que pode limitar o desenvolvimento.

- Abrir mão dos serviços prestados pela mãe, pai, funcionários das casas dos pais, etc. Muitas vezes sair da casa dos pais implica em rebaixar o padrão. Coisas que nunca foram feitas, talvez até consideradas menores como lavar louça, cozinhar, limpar a casa passam a ser necessidades às quais nunca precisou de se incomodar em resolver. Na verdade, acredito que nestes casos nem se trata de rebaixar o padrão mas descobrir que o padrão no qual vivia era falso, ou seja, não era seu e sim de seus pais, e para começar na vida terá que começar por baixo.

- Dificuldade em adaptar-se a rotina de outra pessoa. Quando se trata de sair da caso dos pais para casar, ou morar em uma republica estudantil, esta pessoa passará a relacionar-se com outros de igual para igual. Muitas vezes a pessoa pode estar acostumada a mandar ou ser mandada, ou é ela que dá as ordens em casa ou é a que recebe ordens, e muitas vezes esta situação pode ser mais confortável do que dividir responsabilidades e decisões.

De toda forma, esta mudança, de forma geral, é um avanço no desenvolvimento pessoal. E algumas culturas os pais nem contam com os filhos em casa depois dos 18 anos, quando eles vão para faculdade. Desde cedo já tem planos para o espaço ocupado pelo filho, com seu quarto, para virar um escritório, etc.
Algumas vezes a dificuldade inicia-se com os pais que devido ao seu sofrimento pessoal, medo do ninho vazio, seguram seus filhos às vezes com chantagens emocionais, outras comprando seus filhos com todo o conforto material de forma a desestimula-lo a aprender a andar com as próprias pernas.

Mudanças - Uma mudança, como sair da casa dos pais pode ser um parto quando a pessoa sente-se desvinculando-se dos pais, ou um luto quando sente que está perdendo os pais. Mas são passagens necessárias e podem ser aproveitadas para muito crescimento pessoal.

Morar fora da casa dos pais implica em desenvolver a capacidade em administrar a própria vida, resolver os próprios problemas, se frustrar quando não conseguir mas também de comemorar quando conseguir. Enfim, uma vida com muito mais sabor.
Qual a idade e o momento certo para fazer isso? Cada família, cultura e pessoa terá o seu momento certo. Tem pessoas que nunca saem de casa pois os pais são portadores de alguma doença e não são independentes, este é um caso a parte e não envolve dificuldade emocional e sim uma dificuldade de ordem pratica. Não me referi a casos como este.







Marisa de Abreu Alves Psicóloga - CRP 06/29493-5

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