Tal mãe tal filha

psicologo infantil na av paulista e centro de são paulo
Entrevista para jornalista Fernanda Cury- Portal Vital, da Unilever

Os pais são a principal referência dos filhos durante muito tempo.

1- O filho tende a se espelhar no pai, e a filha na mãe? Por que isso acontece?
Criamos nossa identidade observando nosso ambiente. É possível que ao percebemos que somos menina ou menino  gostemos de saber que há mais alguém em casa desta mesma “turma“. O fato de ser o pai ou a mãe nossa referencia é por pura proximidade física, uma criança que fica muito tempo com a avó ou com a babá poderá se identificar emocional e comportamentalmente com ela. Nosso aprendizado se dá, entre outros aspectos, com a repetição dos comportamentos observados, mesmo que mais tarde esses comportamentos sejam abandonados. Sendo assim, uma menina que repete atitudes de vaidade da mãe pode, mais tarde, transformar seu estilo em algo mais simples, por exemplo.

2- Com este comportamento os filhos criam a referência do masculino e feminino? De que forma?
As crianças podem copiar o que veem e cada comportamento leva uma sensação associada. Um pai com postura de “machão” poderá informar ao filho , tanto pela observação do filho como pelas palavras dirigidas pelo pai, que é esta a postura que um homem deve ter. Mas se a criança for homossexual não adiantará nenhum ensinamento ou exemplo que a faça mudar a orientação sexual e se transformar no mesmo "machão" – esta é sua natureza e deve ser respeitada.

3- Como este processo ocorre.
Os pais são os protetores e cuidadores da criança – esta conexão pode criar um sentimento de confiança e modelo. Os pais podem ser admirados (todo pai pode ser um herói, pelo menos por um período), e a criança pode querer ser como seu herói.

4- Como os pais devem agir para ajudar na formação de seus filhos durante esta fase?
Não há muita regra fixa que pode ser aplicada a toda e qualquer pessoa, mas de forma geral pode ser interessante não economizar informações quanto aos seus valores, conduta e cultura. Os pais podem aproveitar todas as oportunidades para dizer, ou mostrar, aos filhos o que é ser gentil, honesto, educado, bom cidadão, amigo, etc, enfim, passar seus valores.
A formação se dá durante a vida toda. Os primeiros anos são fundamentais, mas durante toda a vida os pais poderão ser referencias. Quando o filho se torna um adulto pode inicia-se o processo de troca, onde tanto recebe como passa informações aos pais.















Marisa de Abreu Alves Psicóloga - CRP 06/29493-5

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*Ajuda emocional: O material deste site é informativo, não substitui a terapia  ou psicoterapia  oferecida por um psicólogo

Nerds e outros rótulos

psicologo proximo da rua augusta
Psicólogo Paulo Sergio Estevam Ferreira CRP 06/93350 em entrevista para jornalista Bianca site Vila Mulher Portal Terra

Nerd, CDF são nomes que os jovens podem odiar. Crianças e adolescentes deixam de estudar para não serem rotulados como “nerds” no colégio. Qual seria a melhor forma para os pais orientá-los em relação a isso.

 Logo cedo, na escola, a criança aprende que ser bom aluno e tirar boas notas vai tachá-lo de “nerd”. Isso pode fazer com que ele rejeite esse bom comportamento?
Ser bom aluno e tirar boas notas, apesar de ser motivo de orgulho para os pais, nem sempre é o mesmo para a criança ou adolescente, principalmente. Algumas crianças e adolescentes adquirem desde cedo o hábito e o gosto pelos estudos, e são recompensados pelos pais e professores. Porém, com o passar dos anos e com a entrada na adolescência, esses comportamentos antes reforçados, podem passar a ser punidos, e sempre, ou quase sempre pelos colegas do colégio – essas crianças passam então  a ser chamadas de “nerds”. Nesse momento a criança/adolescente imediatamente associa os seus comportamentos à figura não muito popular daqueles que quase não tem amigos, que não são bem aceitos socialmente, que são bons nos estudos e ruins no futebol ou nas paqueras – ou seja, passa a existir então um conflito muito grande entre o que se é e o que o grupo do colégio valoriza. Talvez não haja nesse momento uma rejeição ao comportamento de estudar, uma vez que no passado ele foi bastante estimulado e valorizado, mas pode sim causar um certo grau de desconforto e sensação de inadequação da criança perante o grupo.

Como os pais devem proceder se a criança ou adolescente reagir dessa forma?
Os pais podem tentar mostrar a essa criança ou adolescente que existe nela uma grande aptidão e interesse pelos estudos e que isso não é ruim, não é errado, ou seja, os pais devem continuar valorizando esses comportamentos, ao mesmo tempo em que mostram que esse estereótipo de “nerd” nem sempre corresponde à realidade – nem todo “nerd” é aquele que não tem nenhum outro tipo de habilidade a não ser  a de estudar, pesquisar e ser o primeiro aluno da classe em notas ou bom comportamento. É possível sim, ser um bom aluno sem carregar o título de “nerd” da sala. Essa pode ser uma chance para que os pais  tirem  um pouco do peso que isso tem sobre a criança, fazendo com que ela se sinta querida e respeitada em casa e no colégio.

Quando os pais devem interferir?
Os pais podem e devem interferir quando percebem que esse rótulo (“nerd”) está trazendo sofrimento para seu filho, quando percebem também que, apesar do talento e do gosto que o filho tem pelos estudos, ele se sente punido e rejeitado pelos colegas, e que isso tem lhe acarretado problemas emocionais como tristeza, isolamento, e mudanças de comportamento, como um rendimento abaixo do que vinha tendo até o momento sem nenhuma causa aparente, exceto por uma necessidade de mostrar ao grupo que ele também é capaz de tirar uma nota baixa em Matemática, por exemplo.  É sempre importante que os pais estejam atentos aos comportamentos dos filhos, e que percebam que além de estudar a criança precisa também de lazer e de amigos, e que isso é possível mesmo sendo um aluno nota dez em exatas. O diálogo é fundamental.

O que esses rótulos (popular / nerd) representam para as acrianças?
Esses rótulos podem representar uma marca, um registro, algo que os identifique de maneira negativa, estereotipada, e que não lhes possibilite mostrar quem realmente são, o que fazem de interessante, e que possuem habilidades e capacidades outras que não somente a intelectual, e que eles podem também socializar nos grupos, podem ser bons em esportes e até nas paqueras entre colegas.

Essa não é uma situação recente, com isso pode refletir no futuro deles?
Hoje em dia os “nerds” já não são mais vistos como “seres de outro planeta” com interesses tão diversos dos demais que não podem frequentar uma roda de colegas na escola, nas festas e nas viagens de férias. Com boa orientação dos pais, professores, eles podem perceber que o seu gosto pelos estudos pode ser bastante proveitoso e produtivo. Eles podem e devem ser orientados a agir de maneira que seus interesses por pesquisas, jogos complicados entre outras coisas, não virem uma obsessão e algo que os afaste totalmente do convívio social, tornando-os totalmente inadequados em questões sociais. O ideal é uma boa observação dos comportamentos dos filhos, uma boa orientação e uma certa dose de equilíbrio, tanto na vida acadêmica quanto no vida social.









Você conduz ou é conduzido pela vida?


psicologo proximo da rua bela cintra
Gostei muito deste texto, por isso decidi coloca-lo aqui:


“Non ducor, duco”
(Frase em latim que está inserida no brasão da cidade de São Paulo)

O lema acima (“Não sou conduzido, conduzo") captura um aspecto da vida que é muito importante: em que medida somos levados ou tentamos imprimir  o nosso rumo à vida.

Algumas características de pessoas que têm controle sobre suas vidas

 Leia as afirmações abaixo e tente avaliar quanto cada uma delas descreve a sua maneira de ser:
- Não fico muito tempo em um emprego que não julgo à minha altura.
- Sou inovador. Não me conformo em trabalhar apenas com a eficiência mínima que é necessária para não ser despedido ou perder um negócio.
- Ajo ativamente em muitas áreas da minha vida. Não estou preocupado apenas em sobreviver. Sei e me permito aproveitar os prazeres que a vida oferece no dia a dia. Por exemplo, me entrego às boas conversas e comemoro tudo que a vida traz de agradável.
- “Enrolo” menos do que a média das pessoas: quando sou apertado ou constrangido para me manifestar sobre algo que estou disfarçando, “abro logo o jogo”.
- Franqueza e polidez: prefiro tratar dos fatos sociais como realmente eles são, ao invés de vê-los como os desejaria. Prefiro agir de forma polida e não por meio de reações puramente emocionais ao que o outro fez ou deixou de fazer.
- Não mudo muito o curso de minha vida só para atender às expectativas alheias.
- Dou muito valor para a minha integridade psicológica. Por exemplo, não me submeteria ao constrangimento de ficar inventando disfarces e desculpas para enganar a minha parceira, caso me envolvesse com outra pessoa. Dou mais valor à minha integridade do que aos benefícios que eu poderia auferir através do ocultamento da minha opinião ou da apresentação de mentiras.
- Nas minhas práticas sexuais, sinto-me livre para expressar e realizar os meus desejos, ao mesmo tempo em que levo em conta os desejos da minha parceira.

Essa preocupação com as iniciativas para dominar aquilo que nos afeta é captada por conceitos bastante difundidos como proatividade, dominância, assertividade, liderança e batalhador e seus antônimos: reatividade, submissão, passividade, liderado e acomodado.
Não agimos uniformemente: podemos ser condutores em algumas áreas e ser conduzido em outras. Não existe nada de mal em ser conduzido eventualmente em determinadas circunstâncias. Pelo contrário, deixar-se conduzir é a reação mais adequada em certas situações como durante um assalto, ao realizar um exame médico ou perante um tribunal.

A perda do controle

Os principais fatores que podem levar à sensação de perda de controle sobre a própria vida são os seguintes: certos traços de personalidade (timidez, inassertividade, submissão, etc.), algumas situações (ameaças de morte, normas legais, acontecimentos provocados pela natureza como os terremotos e incêndios) e algumas patologias (doenças orgânicas e psicológicas que produzem dependência: paralisias, febre alta, depressão, pânico).

Consequências da perda de controle em áreas importantes da vida

A perda de controle produz efeitos altamente indesejáveis: tira o prazer de viver quando acontece em áreas essenciais da nossa vida. Além disso, as pessoas que são condutoras são mais valorizadas socialmente e premiadas por isso do que as conduzidas. Estas geralmente sentem-se menos vivas e participantes da vida e são menos valorizadas socialmente.
Embora aquilo é considerado área essencial varie de uma pessoa para outra, algumas dessas áreas são importantes para quase todo mundo, como o reconhecimento social, a vida amorosa e sexual e a autoestima.

Você perdeu o controle?

A perda de controle em alguns momentos ou circunstâncias é uma experiência inevitável e frequente. Todo dia deixamos de atender diversas metas que nos propusemos, cujas importâncias variam muito, como deixar de fazer ginástica ou perder um prazo importante para a inscrição em um concurso há muito tempo esperado. A perda de controle é perigosa quando acontece em áreas que o indivíduo considera essencial, essa perda é duradoura e há poucas esperanças de obter o controle novamente. Isso pode precipitar a depressão para aquelas pessoas que já tenham uma propensão para isso.

Fatores que levam à sensação de perda de controle

A sensação de perda de controle pode ser provocada por acontecimentos objetivos (perda do emprego, traição, problemas graves de saúde, etc.) ou por fenômenos psicológicos pouco relacionados com esses acontecimentos (disfunções como a depressão e características de personalidade como a baixa autoestima, por exemplo). Aquelas pessoas que têm baixa autoestima disposicional (originada em acontecimentos marcantes do passado) continuam a relatar a sensação de pouco valor pessoal mesmo quando tudo vai bem nas suas vidas presentes. As pessoas que têm baixa autoestima situacional (originada em acontecimentos marcantes do presente) sentem um rebaixamento no amor próprio quando ocorrem fatos em áreas que afetam os seus sentimentos de valor pessoal, como ser despedido de um emprego, o abandono pelo amado e a rejeição pelas pessoas que considera importantes.

Tipos de personalidade e de anormalidades que produzem a sensação de perda de controle

Os seguintes tipos de problemas psicológicos podem levar ajudar a produzir uma sensação grave de perda de controle:

Baixa capacidade de autogestão psicológica

(Uso a locução "autogestão psicológica" para denominar a disposição e a capacidade para tomar iniciativas  para lidar com tudo aquilo que afeta a sensação de ser um participante ativo da vida e de ter as rédeas da própria vida, tanto a interna quanto a externa). As pessoas que têm uma boa capacidade de autogestão são aquelas pessoas que parecem ter sido atendidas pela oração de São Francisco que diz:
“Senhor, dai-me força para mudar o que pode ser mudado...
Resignação para aceitar o que não pode ser mudado...
E sabedoria para distinguir uma coisa da outra”.
Essas pessoas agem como se fossem as responsáveis pelas decisões que tomam ou deixam de tomar e pelos rumos das suas vidas e, por isso, decidiram não delegar para ninguém o controle dos acontecimentos que as afetam.
Os graus de autogestão parecem independer das características demográficas das pessoas:  percentagens semelhantes de pessoas que possuem cada um dos diferentes graus de autogestão podem ser encontradas em todas as faixas etárias, sexos, níveis econômicos e graus de escolaridade.
Timidos
Os tímidos apresentam uma diminuição de controle sobre os seus próprios comportamentos, pensamentos e emoções em situações intimidantes. Nestas situações, eles ficam em um estado psicológico alterado que lhes traz sofrimentos e diminui suas eficácias para atingir suas metas. Geralmente eles se portam de forma mais pobre do que são capazes neste tipo de situação.
Baixa autoestima
A pessoa que tem baixa autoestima é aquela que, após se autoavaliar, conclui que não possuí qualidades que gosta ou são admiráveis por pessoas que importam. Geralmente quem tem esse problema usa a palavra “mas” para desqualificar aquilo positivo que não pode deixar de ver de positivo em si próprio: “Passei no vestibular, mas tive que fazer um excelente cursinho”, “Sou bonita, mas isso é genético e, portanto, não é meu mérito”.
Deprimidos
            Os deprimidos sentem que não conseguem controlar áreas importantes de suas vidas: as suas emoções ficaram desreguladas, perderam a motivação para o trabalho e para a vida em geral. Além disso, ficam pessimistas sentem que as outras pessoas não  gostam mais deles e que as coisas só tendem a piorar.
"Fracassados"
            Pessoas que após várias tentativas em vários tipos de empreendimentos que não deram certo concluíram que tudo que farão dai para frente vai fracassar.
Viciados em drogas
Têm a sensação que o vício é mais forte que elas. Gostariam de deixa-los. Vícios mais comuns: fumo, álcool, maconha.
Compulsivos
A compulsão é uma espécie de vício em certos padrões de comportamentos, mas não envolve o consumo de substancias viciantes. É uma necessidade incontrolável de fazer certas coisas ou se portar de certas formas: compulsão pela internet, sexo, jogos, etc.
Solitários crônicos
Muitos solitários são aqueles que perderam o controle de suas vidas sociais: sentem falta das pessoas, mas não conseguem estabelecer bons relacionamentos com elas.
Inassertivos
Os inassertivos são aqueles que não conseguem agir da forma como sentem e pensam quando isso pode afetar outras pessoas e, por isso, “engolem sapos todos os dias”. Temem apresentar seus sentimentos e pensamentos acabam  cedendo espaço para as outras pessoas fazerem isso. (Observação: não se trata de inassertividade quando a ação assertiva poderia produzir consequências desvantajosas à curto ou à médio prazo, quando todos os fatores são considerados).

Recuperação da sensação de controle

A recuperação da sensação de controle pode acontecer de duas formas: (1) pela recuperação efetiva sobre os fatos (quem perdeu o emprego arranja outro igual ou melhor que o anterior) ou (2) por um redimensionamento dos significados do ocorrido (um namorado traído acaba se convencendo que a ex-namorada é que era ninfomaníaca e não que ele tenha sido trocado por alguém mais qualificado) ou por uma combinação dessas duas formas.
Muitas vezes, a pode ser muito difícil ou impossível recuperar o controle  ou redimensionar os significados do que aconteceu. O primeiro desses casos, por exemplo, é a morte de um ente querido ou um acidente que traga sequelas permanentes. A dificuldade para redimensionar o acontecimento ocorre em áreas onde as consequências continuam a ocorrer (a pessoa continua a sofrer sanções sociais devido ao fato de ter ficado obesa. Isso, por exemplo, aumenta as suas dificuldades para iniciar relacionamentos amorosos) ou em áreas centrais para a definição da própria identidade psicológica e para a sensação valor pessoal.