Consumo obsessivo

psicologo que atende em psicoterapia para compulsividade em são paulo
Entrevista cedida à repórter  Camila Carvalho da Consumer Magazine

1- Porque o ser humano tem necessidade de consumir?
Acredito que o ser humano tenha necessidade de buscar prazer, parece que há uma luta interna (e eterna) no equilíbrio de sensações ruins e comportamentos que trariam boas sensações. O consumo é uma das atividades que podem proporcionar prazer pois pode ofercer a sensação de “estarmos supridos”. Esta sensação pode nos dizer que agora (que consumimos , compramos tal objeto) nossas necessidades foram atendidas e passamos a desfrutar do sentimento de “plenitude”. Esta sensação se tornou prazerosa devido ao nosso processo evolucionário, os homens primitivos que foram atrás de satisfazer suas necessidades conseguiram sobreviver e deixar descendentes. E assim esta característica foi transmitida pelas gerações como algo necessário para sobrevivência.

2- Porque este desejo se manifesta de forma mais intensa nas mulheres e não nos homens?
Talvez as mulheres possam ser mais sensíveis e mais emocionais. E por mais que os homens sejam os “caçadores e provedores”, no processo evolutivo, as mulheres foram as que administraram o quanto de suprimentos seria necessário. E como tudo o que a evolução percebe como necessário pode ser transformado em prazer para que não seja esquecido. 

3- O conceito de consumo é de alguma forma ligado ao de vaidade?
Vaidade pode ser um dos aspectos do consumo. Consumimos por vaidade para ficarmos mais bonitos e interessantes, mas também consumimos para aumentar o nível de conforto, para eliminar a sensação de que “falta algo”, etc.

4- Quando o consumo pode ser considerado descontrolado?
A obsessão por consumir é identificada quando ocorre prejuízo de qualquer natureza: pessoal, social, financeiro, etc. Sendo assim identificamos consumo descontrolado ou comportamento obsessivo envolvendo o ato de realizar compras quando a pessoa percebe que está adquirindo elementos que nunca irá utilizar, ou elementos que não cabe mais em seus armários, ou que não pode pagar e está se endividando, etc.
Os sintomas podem ser: Ansiedade por comprar e em seguida angustia por ter comprado.

5- E no final de ano, existe alguma explicação sociológica e psicológica para o aumento?
A explicação para o consumo de fim de ano pode ser cultural. A cultura  influencia o aspecto psicológico. Este é o “momento de fazer compras” assim diz a TV, os amigos, a família. Quem não entra neste ritmo de compras pode se  sentir excluído de uma sociedade à qual ele deseja pertencer.

6- Uma pessoa que, com relação ao consumo, é considerada controlada pode ser descontrolar nesta época do ano?
Uma pessoa que tenha carências e necessidades que estão sendo aplacadas por outros comportamentos ou que não estão sendo aplacadas e a angustia está se acumulando em seu peito, pode então “descobrir” que o consumo pode ser uma forma de dar vazão à estas necessidades e cair na farra do consumo descontrolado.

7- O que fazer para não cair na tentação do consumo e viver bem com menos?
Não há regras que possam ser aplicadas a todas as pessoas, para alguns pode funcionar ter consciência de que pode ser muito mais gostoso gastar apenas o que pode num dia e viver os outros  364 dias em paz com sua conta bancária do que gastar o que não pode e passar o resto do ano angustiada com contas que não consegue pagar. Para outros poderia funcionar fazer uma lista antes de sair de casa com o que deve comprar e quanto pretende (ou pode) gastar com cada item. Outras pessoas já poderiam  intensificar o desfrute pela compra de algo que realmente vale o que foi pago (pagamos muito por status que não trazem em si benefícios reais), etc.

8- O que as mulheres podem fazer para gastar menos neste final de ano com a chegada das férias e datas comemoraivas?
Eu recomendaria intensificar a autoconsciência. Saber que seu valor como pessoa não está relacionado ao valor de suas aquisições também pode ajudar - muitas pessoas gastam mais do que podem como forma de se fazerem aceitas - pelos outros e por si mesmo.  Saber que pode estar linda numa festa com o mesmo vestido do ano passado e que custou baratinho mas cai perfeitamente em seu corpo é um belo exemplo. Conhecer a si mesmo, identificar o que leva esta pessoa ao consumo pode ser um caminho no sentido da superação.


Marisa de Abreu Alves Psicóloga - CRP 06/29493-5

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