As vezes quereremos, ou precisamos de algo das pessoas, algumas justas outras
nem tanto:
O que seria justo querer das pessoas:
- que elas peguem um objeto para vocês
- que elas lhe deem uma carona
- que elas lhe acompanhem num evento ou compras
- que elas lhe deem uma opinião
- que elas lhe ouçam
- que elas falem de si mesmas
- etc.
O que não seria honesto, ou digno, querer das pessoas
- que paguem contas que não lhe correspondem
- façam coisas sem necessidade
- se humilhem para satisfazer egoísmo alheio
- etc.
Obviamente este texto se refere a 1ª opção.
Comecei elaborando o texto de hoje pensando em educação de
filhos, pensando em como fazer o filho obedecer ou fazer as coisas que as mães
precisam que eles façam, que seria bom para eles, mas eles ainda não querem
fazer.
Muitas coisas são boas para as pessoas, mas algumas crianças não querem fazer
Como por exemplo,
- pegar os brinquedos depois que acaba a atividade – ensina
organização
- escovar os dentes sozinho – ensina autonomia
- comer brócolis – ensina boa alimentação
- fazer lição de casa – ensina o empenho para conquistas
futuras
- ajudar na limpeza da casa – ensina cooperação
- tomar banho – prazer na higiene
Depois eu percebi que nem todo meu publico é composto por
mães e pais, e como quero falar para todos avaliei melhor e vi que podemos
aplicas as mesmas estratégias para colegas, irmãos, maridos, namoradas, chefe,
etc.
Da mesma forma que não devemos nos empenhar em descobrir
formas “maléficas” de manipular os outros, os pais também precisam que seus
filhos façam determinadas coisas não por serem sádicos, mas por desejarem uma
educação que não apenas passe informações mas que transmita amor.
Da mesma forma que um pai pode ter medo de impor coisas aos
filhos e assim se indispor com eles, ou seja, ter filhos obedientes mas avessos
aos pais, também não queremos nos indispor com as pessoas do nosso convívio,
mas frequentemente queremos, ou precisamos de alguma coisa e não sabemos como
conseguir.
Formas pouco funcionais de conseguir algo:
- Amiga que não se arruma: “Você parece uma jeca”
- Filho que não arruma o quarto – “Você nunca vai ser nada
na vida pois não consegue fazer coisas simples como manter seu quarto limpo”
- Que o amigo pegue uma caixa no alto: “Já que você não faz nada
pegue aquilo lá para mim”
- “Tá vendo, machuquei as costas porque você não estava aqui
para me ajudar a pegar a caixa no alto”
- “Se eu não receber um aumento hoje vou embora daqui três
meses”.
Possibildiades
1ª Possibilidade
- Expor explicitamente o que quer com assertividade. Por
exemplo: “Por gentileza pegue aquela caixa para mim”. Costuma funcionar melhor
se a pessoa entender o proposito, pois ninguém quer ter a sensação de estar
fazendo algo inútil por mais que confie em você. Então não custa complementar:
“Eu não alcanço” ou “Estou com dor nas costas”.
2ª possibilidade
- Elogiar ou reforçar sempre que a pessoa fizer algo que
você queira. Por exemplo, quer que uma amiga se vista melhor: “Nossa como você
ficou bonita e natural com essa maquiagem”. “Que quarto limpinho, dá gosto de
entrar”. “Adoro quando você está aqui
para me fazer companhia”.
3ª possibilidade
- Mostrar o quanto não está dando certo a ação atual: “Você
não conseguiu encontrar seu trabalho de escola porque estava debaixo de todas
aquelas coisas fora do lugar”. “Você pode se machucar e eu não gostaria de te
ver sofrer”. Há um certo perigo de ser visto como arrogante nesta opção, há que
ser treinar assertividade e elegância.
4ª possibilidade
- Disco riscado. Repetir, falar todas as vezes que for
necessário, sem voz de cansaço, sem acusar, apenas reforçando a informação.
5ª possibilidade
- Esta se encaixa principalmente com crianças, alunos,
funcionários, ou pessoas que estão sob sua diretriz por estarem em processo de
aprendizado e não há tempo, maturidade ou possibilidade de maiores explicações:
“Faça porque eu preciso que você confie em mim, em minha experiência e
conhecimentos, que esta é a melhor coisa a se fazer nesta situação, acredito
que no futuro haverá compreensão da sua parte”.
6ª possibilidade
- Funciona mais quando queremos que alguém pare de fazer
algo, que seria distrai-la, tira-la da situação para que nem perceba que
estamos impedindo a ação. Pode funcionar, mas acredito que esta opção não oferece
a possibilidade de consciência, ou seja, acredito que o aprendizado fique
prejudicado. É possível que pais que usem esta possibilidade tenham sucesso,
mas apenas o sucesso só permanecerá caso a pessoa “esqueça” a ação. Neste caso
ela não volta a repetir devido a um aprendizado, mas apenas porque a ação saiu
do repertório de comportamento.
Acredito que no caso de pais, querendo educar os filhos, se
faz importante que seja colocado uma confiança no conhecimento do pai e em
comportamentos de obediência, pois nem sempre a criança terá maturidade para
entender que não pode nadar em dia de raios e trovões e nem colocar o dedo na
tomada. Terá situações do tipo: “Não pode porque eu não deixo”. Talvez pais com medo de perder o amor do
filho tenham dificuldade em serem mais impositivos, mas cada momento de
desenvolvimento da criança deve ser observado. Eu acredito que com o tempo a
criança poderá compreender que essas proibições e imposições foram feitas com
amor e desejo de bem estar do filho.
Marisa de Abreu Alves
Psicóloga
CRP 06/29493
Psicóloga
CRP 06/29493
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