Morar junto ou casar? |
Você está apaixonada, feliz e radiante porque acha que
encontrou a pessoa ideal e quer ficar o máximo possível perto dela. Do lado de
lá parece que é recíproco. Vocês já trocaram“eu te amo” honrados com gestos.
Vocês passam o fim de semana (e alguns dias úteis) na mesma casa (na sua ou na
dele), comprovando que funcionam muito bem como um casal sob o mesmo teto. Tudo
está lindo e vocês sabem que o relacionamento segue naturalmente para um novo
grau de compromisso.
E aí: morar junto ou casar?
Para muitos, as duas opções são iguais: morar junto é casar
e ponto. Algumas pessoas, porém, pensam que a primeira é uma etapa para chegar
na segunda. Tem gente ainda que só aceita casar de papel passado, e outros
acham que isso é bobagem e morar junto é o que vale.
No final, quem está certo? “Não existe um certo e outro
errado, um melhor e outro pior. O ideal é estar de acordo com seus desejos e de
acordo com o parceiro”, afirma Marisa de Abreu, psicóloga. O que importa,
segundo ela, é saber qual desses valores mais combina com você (e também com o outro).
Morar junto antes do casamento é uma fase?
Depende. Não precisa ser encarada dessa forma, pois há
casais que se “juntam” e seguem assim pela vida toda, têm filhos, netos e nunca
casam de papel passado. Mas, pode ser sim uma experiência pré-casamento. Muita
gente prefere dividir o mesmo teto antes de saberem se querem casar de verdade.
O importante dessa vivência é que os benefícios de ficar
juntinhos aparecem, mas também surgem as divisões de contas, das tarefas
domésticas, do espaço e até do controle remoto da tv. “Toda experiência é
válida, até mesmo a experiência de morar eternamente juntos sem considerar como
pré-casamento, mas a situação em si”, comenta a psicóloga
Morar junto com namorado Pulando etapas
Segundo Marisa, existe uma tendência atual de pular etapas
do relacionamento. “Antes tínhamos a paquera, o namoro, noivado e casamento.
Parece que hoje alguns pulam a paquera e já passam a amantes no mesmo dia,
sendo o passo seguinte a decisão de morar junto para depois então definirem que
‘é isto mesmo que querem’ para então casar”, revela.
Apesar de não ser necessariamente um problema, essa maneira
de se relacionar pode atrapalhar o entendimento de que você e o seu parceiro
realmente desejam. Isso porque já estão vivendo uma rotina de “casados” ter
pensado muito no assunto e sem se conhecerem melhor.
É mais fácil morar junto antes de casar, então?
Isso vai depender de como você encara a “coabitação”. Morar
junto, geralmente, implica em uma sensação de menor comprometimento que casar.
Se você está tranquila com a ideia, vai adorar viver isso. “Há pessoas que se
sentem mais próximas morando juntas. Talvez, a falta de um papel que os
‘amarre’ ajude-os a manter o foco no relacionamento”, considera Marisa.
Todavia, ela avisa que essa não é uma regra. “Tem gente que
mora junto e diz com a boca cheia ‘não tenho marido (esposa), eu só moro
junto’”, comenta. E esse tipo de afirmação pode pintar de alguém que tem o
desejo de casamento ou o contrário: faz questão de esclarecer que não é casado.
Questão de instabilidade
Uma pesquisa realizada pelo professor Jim Coan, diretor do
Laboratório de Neurociência Afetiva da Universidade de Virgínia (EUA), confirma
que os casais “juntados” confiam menos um no outro do que os casados. Segundo a
pesquisa, há maior estabilidade naqueles que vivem um matrimônio. A equipe
estadunidense também concluiu que quem vive junto está mais propenso ao
divórcio, se algum dia chegarem a oficializar a união.
Para obter esses dados, o time da Virgínia (que estuda
relacionamentos humanos há mais de 20 anos) testou os casais dos dois tipos. O
procedimento era o seguinte: uma pessoa ficava deitada em uma máquina de
ressonância magnética e era aviada sobre a probabilidade de receber um choque
no tornozelo. O objetivo era gerar medo ou tensão. Sabendo disso, eles podiam
escolher entre dar a mão ao parceiro, de um estranho ou de ninguém.
Os casados que pegavam na mão do companheiro tinham a reação
hipotálamo desacelerado de imediato – o hipotálamo é uma região de cérebro
importante para o reconhecimento de emoções e reações a ameaças. Quem era
“juntado” não tinha a mesma reação, ou seja, sentia o perigo igual com ou sem o
parceiro.
Entretanto, quem morava junto e se considerava casado teve o
mesmo resultado dos oficialmente casados. Ou seja, não é apenas o cartório ou a
cerimônia que garante o casamento. Às vezes, a própria ideia do casamento na
mente se iguala ao oficial. “Tem a ver com o conceito de relação de cada um.
Pode até não ser sobre o casamento em si, mas sim em afirmar apenas a
coabitação, basicamente afirmando que não está ‘preso’ a um compromisso”,
sugeriu Jim Coan em sua pesquisa.
A lei assegura direitos a quem mora junto antes de casar
Ninguém precisa casar no cartório para ter direitos.
Legalmente, as obrigações são as mesmas nos dois tipos de relacionamentos,
segundo o Novo Código Civil. Em caso de contrato de União Estável no cartório,
você seguirá o que contratou no papel. Mas, se não houve um contrato escrito, a
lei diz que vale o regime da comunhão parcial de bens. Trocando em miúdos,
vocês irão dividir tudo o que adquiriram durante o relacionamento de vocês. A
lei também não determina um período mínimo de tempo para considerar união
estável, mas sim a partir do momento em que o relacionamento virou uma
“entidade familiar”.
Afinal, o que é melhor pra mim?
Amiga, tanto faz se é morar junto ou casar. Quando chega a
hora de decidir algo para o relacionamento de vocês, é preciso buscar o ideal
para os dois (e não só pra você, ok?). Não vale nem pressionar o par, nem
aceitar pressão dele pra escolher entre um e outro. “É preciso que haja
consciência do que está fazendo, e se está fazendo por vontade própria ou para
satisfazer o outro ou a sociedade”, aconselha Marisa.
De acordo com a psicóloga, se conhecer e conhecer sua
situação atual pode ser engrandecedor para o momento antes do “sim”, tanto para
o matrimônio quanto para a coabitação. “Avalie o quanto pode ser desconstrutivo
forçar a barra e fazer algo que não estaria em seus planos originais, ou o
quanto pode ser construtivo reavaliar seus planos originais para adapta-lo a
sua situação atual. A melhor resposta é aquela dada com consciência e decisão
própria”, finaliza.
http://revistaglamour.globo.com/Amor-Sexo/Relacionamentos/noticia/2016/07/morar-junto-e-casar-tem-diferenca.html
Entrevista cedida pela psicóloga Marisa de Abreu Alves CRP
06/29493-5 à reporter Geiza Martins da Revista Glamour
Marisa de Abreu Alves Psicóloga - CRP 06/29493-5
Informações e valores com psicoterapeuta Aqui
Escolha seu psicólogo Aqui
Agende sua consulta com psicólogo Aqui
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Seus comentários são bem vindos: