O importante é que tudo saia perfeito - Perfeccionismo

Vejo que a frase acima costuma ser dita com muito orgulho. Uma das situações mais comuns são as entrevistas de emprego onde a resposta comum à pergunta “Qual defeito você teria”, o candidato enche o peito e diz “Sou perfeccionista”, ou seja, nas entrelinhas parece que ele está dizendo “Tenho um defeito do qual você terá muita vantagem, ou seja nem meus defeitos são defeituosos, enfim, sou perfeito”.

A busca pela perfeição pode ser muito bonita em teoria, ser o melhor em exatamente tudo. Nunca errar, nunca dar uma mancadinha. Livros de auto ajuda, principalmente os voltados para administração de empresas ou de carreiras ensinam que você deve estar muito, mas muito atento mesmo a cada alteração do mercado, a cada novidade tecnológica que surgir, você não pode ficar para trás de jeito nenhum.

Será mesmo que esta busca pela perfeição te leva para uma vida melhor?

Ser caprichoso pode ser muito bacana, fazer com afinco, se dedicar pode levar  ao sucesso. Eu mesma digo à todos estudantes de psicologia que me escrevem pedindo orientação: “Seja muito bom no que você faz, estude muito sobre cada paciente e caso que você receber".

Mas, (tudo na vida tem um “mas”) quando essa necessidade de perfeição passa para o nível do exagero a pessoa pode passar a ser um profissional, amigo, esposa, colega pior do que deseja, pois a busca da perfeição pode levar a comportamentos estereotipados onde não encontra-se o "suficientemente bom".

Interessante é que  o exagerado pode não achar que está exagerando,  considera que ele merece admiração por ser tão atento aos detalhes.

Características do comportamento perfeccionista:

-Preocupação tão extensa, com detalhes, regras, listas, ordem, organização ou horários, que o ponto principal da atividade é perdido.
-Detalhamento que interfere na conclusão de tarefas (por ex., é incapaz de completar um projeto porque não consegue atingir seus próprios padrões demasiadamente rígidos)
- Devotamento excessivo ao trabalho e à produtividade, em detrimento de atividades de lazer e amizades (não explicado por uma óbvia necessidade econômica)
- Excessiva conscienciosidade, escrúpulos e inflexibilidade em assuntos de moralidade, ética ou valores (não explicados por identificação cultural ou religiosa)
- Incapacidade de desfazer-se de objetos usados ou inúteis, mesmo quando não têm valor sentimental
- Relutância em delegar tarefas ou ao trabalho em conjunto com outras pessoas, a menos que estas se submetam a seu modo exato de fazer as coisas
- Adoção de um estilo miserável quanto a gastos pessoais e com outras pessoas; o dinheiro é visto como algo que deve ser reservado para catástrofes futuras
- Rigidez e teimosia

É possível que o perfeccionismo surja em alguns quadros como o Transtorno da Personalidade Obsessivo-Compulsiva 
Um padrão invasivo de preocupação com organização, perfeccionismo e controle mental e interpessoal, às custas da flexibilidade, abertura e eficiência, que começa no início da idade adulta e está presente em uma variedade de contextos.

A característica essencial do Transtorno da Personalidade Obsessivo-Compulsiva é uma preocupação com organização, perfeccionismo e controle mental e interpessoal, às custas da flexibilidade, abertura e eficiência. Este padrão começa no início da idade adulta e está presente em uma variedade de contextos.

Os indivíduos com Transtorno da Personalidade Obsessivo-Compulsiva tentam manter um sentimento de controle através de uma atenção extenuante a regras, detalhes triviais, procedimentos, listas, horários ou formalidades, chegando a perder o ponto mais importante da atividade. Eles são excessivamente cuidadosos e propensos à repetição, dando extraordinária atenção a detalhes e verificando repetidamente, em busca de possíveis erros. 

Estas pessoas não percebem que os outros tendem a ficar muito aborrecidos com os atrasos e inconveniências que resultam de seu comportamento.

Por exemplo, quando extraviam uma lista de coisas a fazer, passam um período de tempo incomum procurando-a, ao invés de dispenderem alguns momentos recriando-a de memória e seguirem com a realização das tarefas. O seu tempo é mal distribuído, sendo as tarefas mais importantes deixadas para a última hora. 

O perfeccionismo e os altos padrões auto-impostos de desempenho podem causar disfunção e sofrimento significativos nesses indivíduos, que podem envolver-se tanto na tarefa de tornar cada detalhe de um projeto absolutamente perfeito, a ponto de jamais terminá-lo. 

Por exemplo, a redação de um relatório é atrasada por numerosas revisões demoradas que jamais estão "perfeitas". Prazos são perdidos, e os aspectos da vida do indivíduo que não são o foco de atividade atual podem ser deixados de lado.





Marisa de Abreu Alves Psicóloga - CRP 06/29493-5


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