Lidar com o julgamento alheio sobre um erro cometido x Trabalhar o auto perdão
Como não se auto punir, condenar ou torturar? X Como
corrigir erros e falhas?
Culpa: inadequação – raiva de si mesmo –
vergonha – remorso – arrependimento – peso na consciência
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Não considero a culpa tão desnecessária assim a ponto de
tentarmos eliminar as culpas a todo custo. A culpa existe para que possamos
reavaliar nossos atos. E assim optarmos por implantar novas ações.
Acredito em dois tipos de culpa: a voz da consciência te
lembrando a todo momento um erro cometido e a sensação de culpa por algo onde
não houve prejuízo real a ninguém.
A culpa está ligada a percepção de dano causado a outras pessoas ou para si mesmo.
Por exemplo, uma pessoa pode sentir culpa por ter
machucado alguém quando optou por dirigir embriagado, mas também pode sentir
culpa por não ter parado de fumar antes de prejudicar sua saúde.
Está ligada aos sentimentos de inadequação, raiva de si
mesmo, vergonha, remorso e arrependimento.
A culpa ocorre quando a pessoa percebe (de forma realista ou
não) que transgrediu alguma regra, norma ou informação. Estas regras podem ter
sido colocadas pela sociedade ou podem ser internas. Exemplo: Não devemos ferir
os sentimentos dos outros, não devemos causar danos materiais. Não trair, pegar
coisas que não são nossas, tirar vantagem do outro, etc.
Culpa por nada
O ponto principal deste tipo de culpa é o sofrimento por
acreditar ter causado um grande dano quando a realidade é mais complexa. Por
exemplo, pais que se culpam por não terem oferecido mais tempo aos filhos porque
precisavam de trabalhar. Pais que se culpam por terem dado uma educação rígida
quando a cultura local e da época era muito clara quanto aos benefícios no
rigor da educação. Acreditar que uma ação tenha sido muito condenável quando na
realidade não houve danos a nada nem a ninguém.
Culpa por ter feito algo que não sabia, ao menos na época,
que poderia causar danos
Este tipo de culpa fala um pouco do caráter de cada um. É
possível que alguns não sintam qualquer remorso por, por exemplo ter deixado
seu condomínio sem energia elétrica por não saber que não poderia utilizar
aqueles equipamentos daquela forma. Outros terão forte peso na consciência.
Uma pessoa disse: “Me arrependo das broncas mal colocadas de
uma forma agressiva e depreciativa”. Acredito que a informação mais forte desta
frase é “como mãe não quero errar nunca, pois se errar tenho a sensação de que
causarei danos permanentes em meus filhos”. Sinto que esta mãe deseja tanto
acertar que acredito na sua capacidade de agora se colocar amorosamente aos
seus filhos de forma a eles conseguirem resignificarem esta mãe, acredito na
possibilidade de que ao entenderem os bons sentimentos da mãe revertam algum
dano que sua forma de educação possa ter causado.
Um erro não determina caráter
Entendo que faz parte do ser humano errar. Errar significa
que a pessoa tentou, não acerta sempre pois o ser humano não é perfeito. Talvez
o caráter esteja mais relacionado ao dano intencional e a falta de vontade de
mudar mesmo percebendo que está causando danos as pessoas.
Não sentir culpa alguma por nada que tenha feito
Não me parece o ideal. Faz parte de “ser humano” considerar
seus erros. Talvez não seja proveitoso deixar de viver devido a erros do
passado. Talvez a função da culpa seja justamente a possibilidade de
reconsiderar, aprender com o feito, nunca mais repetir, melhorar as ações
futuras, se retratar da melhor forma possível.
Como não se auto punir, condenar ou se torturar? X Como corrigir erros e falhas?
Acredito que estas duas perguntas estejam relacionadas. Uma
forma de parar de se punir para conseguir levar uma vida produtiva seja a
procura e implantação de formas de corrigir os erros. Mesmo que não tenha como
reverter os danos causados aquela pessoa em específico talvez possa haver uma
forma de ajudar pessoa que tenham sofrido estes mesmos dados por outras
pessoas.
Lidar com o julgamento alheio sobre um erro cometido x Trabalhar o auto perdão
Quanto ao julgamento alheio posso dizer que não temos controle
sobre o que as pessoas pensam, nem sobre nós nem sobre nada. Podemos tentar
mostrar quem somos, qual a nossa consciência, nosso caráter. O que o outro fará
com esta informação depende dele. Talvez o melhor caminho seja trabalhar o auto
perdão, saber que errou não por ser uma pessoa má, mas talvez por não ter tido
conhecimento ou habilidade suficiente. Pode ajudar quando a pessoa se propõe a
mudanças tanto internas como de atitudes.
Marisa de Abreu Alves
Psicóloga
CRP 06/29493
Psicóloga
CRP 06/29493
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