Medo da solidão de perder o companheiro Medo do futuro
“O ser humano é um ser social”. Nunca esqueço desta frase, a
1ª do meu professor de sociologia, há 30 anos , na faculdade.
Somos, de certa forma, “construídos” para viver com outras
pessoas. Acredito até que faz parte da
seleção natural, as pessoas da idade da pedra que se uniram em grupos
conseguiram melhores condições de sobrevivência e deixaram descendentes, que
somos nós. Temos talvez até mesmo uma carga genética nos colocando confortavelmente
em grupos.
Nascemos em uma família, onde se faz necessário 2 pessoas
para gerar a 3ª. Famílias são compostas por pessoas com papeis diferentes, mas
com interação entre todos.
Temos dentro de nós a necessidade emocional, e até de
sobrevivência de vivermos em grupos. Não necessariamente grandes grupos, na verdade
não há número de pessoas, grupos satisfatórios emocionalmente podem ser
compostos por apenas duas pessoas.
Há diferenças culturais. Dentro do Brasil mesmo vemos
regiões onde há muita espontaneidade em unir-se a pessoas que mal conhecem para
realizar atividades, e outras regiões onde encontramos pessoas mais reservadas
e com mais necessidade de privacidade.
Mas também percebo que quando esta necessidade de
privacidade ocorre não por desfrute saudável de estar consigo mesmo, quando
ocorre como fuga devido dificuldade de relacionamento com outras pessoas pode
gerar muito sofrimento.
Quando a vida de uma pessoa a direciona à solidão, seja
pelas circunstancias da vida ou pela dificuldade pessoas em gerir
relacionamentos pode vir um medo do futuro muito grande. Medo de não suportar
uma vida isolada emocionalmente. Medo de não ser amada e/ou de amar.
Estas situações podem colocar a pessoa em relacionamentos
ruins, onde não há qualquer satisfação ou alegria, mas o medo de ficar só é
maior e a impede de procurar algo realmente saudável. OU as vezes colocam o
relacionamento em risco porque mesmo que não esteja havendo nenhum problema o
medo em perder esta pessoa a faz ter ações que são desagradáveis para o
companheiro.
Ou este tipo de medo pode afastar mais ainda as pessoas que
seriam ótimas companhias ou excelentes relacionamentos, mas o medo de não dar
certo e o medo de ter que administrar desavenças faz com que a pessoa não
inicie novos relacionamentos.
Algumas pessoas passam por situações de verdadeiro pânico em
perder o companheiro atual. Sentem até mesmo todos os sintomas da síndrome do
pânico como falta de ar, dor de barriga, coração disparado, suor frio, etc.
Alguns passam tempo olhando para o que eles imaginam que
pode ser seu futuro e veem uma pessoa idosa, sozinha, em total sofrimento.
Para sair dessa é necessário uma viagem para dentro de si
mesmo e descobrir de onde vem esta fragilidade. Onde se instalou a crença de
que você não pode ser amado e amar com liberdade. Quais situações ocorreram com
você para que, neste mundo de 7 bilhões de pessoas, não haja uma que você
perceba como capaz de te amar e ser correspondida.
Marisa de Abreu Alves
Psicóloga
CRP 06/29493
Psicóloga
CRP 06/29493
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