Entrevista cedida pela Psicóloga Gabriela Palma Veneziano Monéa CRP 06/56084-7 à jornalista Talita A. Scotto
- É verdade que toda mãe pode ter um filho predileto? Isso seria mito ou verdade?
É natural isso ocorrer na maioria das famílias. Tanto com o pai, quanto com a mãe.
- Podemos considerar predileção ou apenas afinidade?
Acredito que seja predileção e que pode acontecer por diversos fatores: afinidades, semelhança com alguém querido, ser o primogênito ou o caçula, temperamento ou gostos iguais, ser mais frágil ou mais problemático ou até mesmo opostos, por se complementarem.
- A mãe pode perceber isso? É algo consciente ou inconsciente?
A mãe pode perceber sim e ter dificuldade em admitir e lidar com isso.
- Que tipo de atitude a mãe pode ter com o filho “predileto”? Super proteção, mais atenção...?
Muitas vezes o filho predileto pode ser super protegido ou super valorizado e se tornar uma criança mimada, que tem todos os seu desejos atendidos. Ou então, pode se sentir sufocado e com uma carga grande de responsabilidade com tanta atenção voltada para ele.
- Como a mãe pode lidar com isso?
A mãe deve tomar cuidado para não deixar essa predileção evidente, para evitar problemas futuros e não deixar marcas nos filhos que possam se sentir preteridos. A mãe deve prestar atenção para não favorecer o filho predileto, dando mais atenção ou menos responsabilidade que dá para os outros filhos. É importante manter o equilíbrio familiar demonstrando para os filhos que todos têm seu espaço de acordo com suas necessidades e características.
- E o filho, ele pode perceber?
As crianças são capazes de perceber que a mãe estabelece relações diferentes entre eles e, apesar de perceberem isso, podem não se incomodar, desde que o tratamento dado a todos seja justo.
- Em caso de conflito, como resolver?
Conversar com os filhos e ouvir o que eles tem a dizer a respeito de como se sentem é importante. Observar e cuidar para que todos os filhos recebam atenção e carinho na mesma medida, mesmo que de formas diferentes também é fundamental.
- Os pais têm alguma reação aversa ao assunto, como se não aceitassem ter um filho predileto?
Sim. Geralmente os pais tem dificuldade em assumir isso, por se sentirem culpados e confudirem predileção com amar mais um filho do que o outro. Uma pessoa é diferente da outra, assim como são os pais, os amigos, os parentes e não seria diferente com os filhos. Portanto, é natural ter mais afinidades com um do que com outro.
Informações e valores com psicoterapeuta Aqui
Escolha seu psicólogo Aqui
Agende sua consulta com psicólogo Aqui
*Ajuda emocional: O material deste site é informativo, não substitui a terapia ou psicoterapia oferecida por um psicólogo