Como podemos explicar essa “opinião coletiva” tão desfavorável a gatos em geral?
Psicóloga: Creio que neste mundo onde muita coisa é incerta as pessoas se apegam as informações que tenham um ar de “certeza”. Sendo assim quando a má fama dos gatos se espalhou - talvez devido ao seu caminhar lento, como de quem está avaliando o terreno, o que inspira desconfiança – e consideraram verdadeira simplesmente pela necessidade de ter explicações sobre o mundo (e também sobre os gatos).
Por que muitas pessoas acabam transferindo o que acha do gato para os seus donos? É comum ouvir que pessoas que gostam de gatos são traiçoeiras e até diabólicas, como o próprio bicho.
Psicóloga: Acredito que devido a um fenômeno chamado percepção seletiva, onde há uma facilidade em reparar em detalhes que esperamos ver. Por exemplo, você acaba de comprar um modelo x de carro, no dia seguinte parece que “surgiu” uma quantidade enorme de carros deste mesmo modelo nas ruas. Surgiu? Não! Você é que está percebendo mais o que sempre esteve.
Da mesma forma, ninguém é santo nem demônio, mas temos aspectos positivos e negativos, mas ao ter um gato, que pode ser associado a coisas malévolas suas caracteristiccas menos positivas serão observadas com mais intensidade.
Uma das explicações sugeridas por um historiador consultado vem da origem da superstição do gato preto (que teria tido início diante da proibição da igreja católica de ter um gato preto já que ele era adorado pelos árabes e, portanto, seria uma briga religiosa antes de tudo). Poderíamos dizer que a superstição influenciaria a nossa opinião a respeito do animal?
Psicóloga: Sim, crenças errôneas já influenciaram nosso gosto pelo leite com manga , o que dirá a respeito de um animal, um ser vivo que interage e talvez mais propensos a falhas de percepção de nossa parte.
Outra generalização com relação aos donos é que são ou gays ou solteironas. Existe uma maneira de tentar explicar uma generalização aparentemente sem nexo?
Psicóloga: Isso se dá devido a associação que fazemos. Os gays são considerados pessoas mais emotivas, com a sensibilidade mais aflorada, as solteironas são consideradas carentes e o gato é um animal que transmite a sensação de ter mais sentimentos do que uma tartaruga por exemplo (talvez isso seja uma grande mentira).
Que tipo de pessoa se deixa influenciar por superstições em geral?
Psicóloga: Algumas pessoas, que talvez tenham mais necessidade de garantias e com dificuldade em aceitar as incertezas da vida. A superstição pode oferecer uma garantia , por exemplo: “se você virar a imagem do santo Antonio irá arrumar um marido, com certeza”. E sempre há quem explore essa necessidade de certezas.
Psicóloga: Algumas pessoas, que talvez tenham mais necessidade de garantias e com dificuldade em aceitar as incertezas da vida. A superstição pode oferecer uma garantia , por exemplo: “se você virar a imagem do santo Antonio irá arrumar um marido, com certeza”. E sempre há quem explore essa necessidade de certezas.
Como combater uma superstição?
Psicóloga: Desenvolvendo o senso de lógica, obtendo informações e cultura com nossos historiadores. Trabalhando psicologicamente para ser mais seguro e mais resistente às subjetividades e incertezas da vida.
Entrevista cedida à Danielle Nordi – Jornalista Portal IG - Delas
Marisa de Abreu Alves Psicóloga - CRP 06/29493-5
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Abaixo segue matéria como publicada:
Donos de gatos são vítimas de estereótipos
“Sou homem e tenho sete gatos. Muita gente insinua, ou pergunta mesmo, se sou gay. Não sou. Apenas tenho gatos”, afirma projetista
Danielle Nordi, iG São Paulo | 16/09/2011 06:48
Traiçoeiros. Frios. Muita gente que não tem nada contra animais em geral atribui características humanas negativas aos gatos. Os felinos são alvo de antipatia de alguns. Há até os que acham que as pessoas podem ser divididas em dois tipos: as que gostam de cães e as que gostam de gatos. Na rixa entre os grupos, quem está no time dos gatos sofre, assim como seus animais, com estereótipos.
Homossexuais, solteironas ou pessoas diabólicas. Esses são exemplos de generalizações onde essas pessoas são enquadradas. O projetista Claudio Olívio de Paula, 44, passa por isso com bom humor.
“Além do preconceito de achar que o gato é um péssimo animal de estimação, tenho um agravante: sou solteiro. Deus nos livre de um homem solteiro, que não seja gay, ter um gato!”, diverte-se Claudio.
Ele anuncia para todos os que insinuam, sondam ou perguntam: “Gente, um animal não define orientação sexual. Tenho sete gatos e acho que está na hora de homens criarem coragem e assumirem com todas as letras que gostam de gato”, afirma.
Origem
Mas por que isso acontece? De onde vêm os preconceitos que cercam os amantes de felinos?
“Além do preconceito de achar que o gato é um péssimo animal de estimação, tenho um agravante: sou solteiro. Deus nos livre de um homem solteiro, que não seja gay, ter um gato!”, diverte-se Claudio.
Ele anuncia para todos os que insinuam, sondam ou perguntam: “Gente, um animal não define orientação sexual. Tenho sete gatos e acho que está na hora de homens criarem coragem e assumirem com todas as letras que gostam de gato”, afirma.
Origem
Mas por que isso acontece? De onde vêm os preconceitos que cercam os amantes de felinos?
“O que acontece mesmo é que o gato, mais precisamente o gato preto, acabou pagando por uma briga religiosa. Quando o gato preto, que era muito admirado pelos árabes, foi trazido para o Ocidente, a igreja católica via nele um inimigo. Chegou a proibir que os fiéis tivessem o animal. Quem tinha o bicho era considerado igualmente diabólico”, afirma o pesquisador e historiógrafo Gehad Hajar.
O pesquisador atenta para o fato de que o gato é um animal com bastante representação mística, o que acaba colocando mais lenha na fogueira. “Obras literárias citam essa questão da mística. O escritor Edgar Allan Poe escreveu um conto, chamado ‘Gato Preto’. Ele atribui tudo que dá errado em seu cotidiano ao gato preto. Isso depois da morte do animal.” Nem é preciso ir tão longe: nas histórias infantis, os gatos sempre são os vilões – o Frajola de Piu-piu, o Tom de Jerry. O gato de Cinderela é um malvadão chamado Lúcifer. O da bruxa Madame Min se chama Mefistófeles, o que dá na mesma depois de “Fausto”.