Quando o problema é você

Encontrar um culpado pode oferecer algum alívio.

Descobrir que aquela encrenca ocorrida na empresa não foi sua culpa. Perceber que aquela arranhão na lateral do carro ocorreu devido a falta de sinalização, e não foi você que se distraiu. Ver que o outro gritou com você porque ele acaba de levar um fora da namorada e não porque você foi mal educado. Tudo isso pode dar uma sensação do tipo: O que aconteceu foi horrível, mas pelo menos eu não errei. Com essa sensação pode ser mais fácil encontrar uma solução para o problema, mesmo que você tenha danos para administrar, pois a culpa não é sua.

Sentir culpa pode até paralisar algumas pessoas que podem passar dias, meses remoendo aquilo que fez. Identificar um culpado pode oferecer uma chance de sofrer menos, dizendo a nós mesmos que tem alguém, em algum lugar, que é o responsável pelos problemas.

Mas algumas vezes a verdade pode ser outra. Pode doer olhar para si e ver que você teve atitudes que, por exemplo, destruíram uma amizade, um namoro, q você não se atualizou e perdeu a chance de ser promovido.

É possível que algumas vezes a dor seja tão grande a ponto de, sem perceber, a pessoa se protege e acredita que, por exemplo, não lhe deram a promoção  porque o colega de trabalho tem “costas quentes” e o passaram na sua frente. Em alguns casos não seria possível que a pessoa não tenha se empenhado o suficiente?

Algumas vezes as reclamações envolvem questões impossíveis de serem resolvidas de imediato e por uma só pessoa, por exemplo, os impostos, o transito. A culpa não é sua, mas você se sentirá melhor passando o dia falando mal da administração publica?

Colocar a culpa nos outros pode oferecer alívio mas, acredito, que só até certo ponto. Ao insistir demais neste modo de funcionar a pessoa pode passar a sentir rancor de outras pessoas, e talvez achar que é o único correto, e todas as outras pessoas são desprezíveis. 

Insistir em não olhar para si mesmo como responsável pelo que acontece em sua vida pode impedir crescimento e auto conhecimento.

Olhe pra dentro de você mesmo. Veja cada erro como uma informação.

Da próxima vez que você levar uma fechada avalie o quanto você pode aprender em ser bom motorista, independente de quem está errado. Da próxima vez que alguém for promovido veja o que você pode fazer de melhor para ganhar a próxima promoção.


Marisa de Abreu Alves Psicóloga - CRP 06/29493-5


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