Posso levar questões jurídicas para o psicólogo?
Como: Estupro, assédio, abuso...
Sim,
psicólogos atendem o lado emocional destas questões. São situações que podem
afetar toda uma vida.
São
situações onde muitas vezes é preciso um trabalho de reconstrução da auto
estima, da auto imagem, e da confiança que ela poderá ter em relação as outras
pessoas. O medo pode perseguir esta pessoa assim como a culpa, pois muitas
vezes a vítima se acredita como tendo provocado a situação.
Neste ponto,
falando de culpa sentida pela vítima, eu gosto de deixar muito claro a minha
posição: mesmo que uma pessoa tenha de alguma forma usado roupas que seriam
estimulantes ao abusador, que tenha dito coisas que o fez imaginar que ela
queria um contato mais íntimo, esse contato pode ser recusado a qualquer
momento, e no mesmo instante que a pessoa disse ou demonstrou que não queria
qualquer relacionamento o outro deve frear seus impulsos ou caracterizará um
abuso.
Mas fico
imaginando exatamente qual a expectativa da pessoa que pergunta se pode levar
questões jurídicas ao psicólogo.
Caso a
pessoa esteja se referindo ao laudo psicológico para fins judiciais: o
psicólogo pode ser convidado por um juiz, ou pelo advogado, para avaliar um
caso e dar o seu parecer. A responsabilidade é grande pois acreditamos que este
laudo poderá influenciar de forma definitiva a vida de uma pessoa, como por
exemplo a guarda de uma criança ou adoção.
Muitas vezes
um juiz sente necessidade de ter informações, além das provas apresentadas, de
uma leitura do ponto de vista psicológico.
Mas em
algumas situações sinto que as pessoas procuram o laudo psicológico como forma
de apresentar prova do ocorrido. O psicólogo pode sim avaliar o estado
psicológico tanto do agressor como da vítima, mas sinto que pode haver
dificuldades em confirmar ou negar o evento através das descrições dos
envolvidos.
Vejo que muitas vezes as pessoas ficam tão
focadas em punir o agressor, coisa que de fato deva ser feita, mas não deveriam
se esquecer de oferecer atendimento emocional a esta pessoa. O simples fato de
ver o agressor pagando pelo seu erro pode oferecer algum alívio mas nem sempre
é suficiente para o restabelecimento de seu equibibrio emocional.
Por exemplo
em caso de gravidez decorrente de estupro. Há muito a ser considerado e
trabalhado como por exemplo a avaliação do desejo de interromper a gravidez, os
pensamentos a respeito do abortamento.
Em caso de
traumas avaliar e conforme o caso incrementar a rede de apoio familiar e/ou
social. Etc.
Marisa de Abreu Alves
Psicóloga
CRP 06/29493
Psicóloga
CRP 06/29493
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