Como psicóloga já ouvi demais a piadinha: “quantos
psicólogos são necessários para trocar uma lâmpada? Depende se a lâmpada quer
ser trocada”.
Pois é, em saúde a pessoa precisa aceitar o tratamento. Até
mesmo um resfriado fica sem tratamento se a pessoa se recusar a colocar a
aspirina na boca. E nem sempre a aceitação do tratamento é tão simples.
É possível que pessoas que precisem de terapia se recusem a
procurar um psicólogo ou comparecer quando alguém procura um psicólogo para
esta pessoa. Muitas vezes a pessoa pode até comparecer ao tratamento, pois se
sentiu forçada pela família, mas não adere, ou seja, não se envolve, não coloca
conteúdo relevante, e se opõe a tudo o que o profissional coloca.
Algumas vezes a pessoa se recusa a receber tratamento por
não aceitar que tem um problema, por exemplo num caso de alcoolismo, de
dependência química, de transtorno borderline, algum transtorno de
personalidade ou qualquer outro distúrbio não percebido pela pessoa como algo a
ser levado a um profissional.
Alguns até procuram o tratamento por iniciativa própria mas
tem em sua mente exatamente o que quer que o psicólogo faça ou fale, e claro
que podem se frustrar pois nem sempre o tratamento que ele precisa é o que ele
deseja e nem o diagnóstico que ele imagina se traduz na realidade.
Outras vezes se recusa por não acreditar que um tratamento
possa ajudar, ou por achar que o tratamento exigirá demais dela e que não
conseguirá cumprir o necessário. Como por exemplo em casos onde alguém conta
para ela como foi o tratamento com outra pessoa, de forma a assustar e imaginar
que todas as pessoas passarão pelo mesmo procedimento.
Como muitas vezes o ganho na terapia não é percebido pelo
olhar de quem está de fora pode parecer que outras pessoas que passaram por
terapia não tiveram mudança, mas nem sempre a paz interior, a felicidade é
vista de fora. E muitas vezes a melhora na terapia é como uma casa limpa,
ninguém nota, parece algo que está ali porque deveria, mas uma casa suja todos
reparam.
Em muitos destes casos quem pode sofrer junto com esta
pessoa, mesmo que de outra forma, é a família, amigos, colegas de trabalho,
etc.
Muitas vezes uma, ou mais destas pessoas, se recusa a
continuar com o relacionamento e se desvincula, o patrão pode demitir, esposa
ou marido se separam, mas alguns podem continuar ao lado, mesmo percebendo que
sua própria vida está sendo limitada.
Algumas vezes ocorre algo que me parecia incrível mas com o
passar do tempo, e experiências acumuladas, percebi que é mais comum do que eu
imaginava, que é quando o oposto acontece, ou seja, as pessoas ao redor ficam
até mais próximas desta pessoa que precisa de tratamento psicoterapêutico e não
faz, seja pelo sentimento de compaixão e necessidade em ajudar o outro, seja
pela carga emocional tão intensa, mesmo que muitas vezes seria destruidora como
por exemplo no paciente bipolar onde surgem repentes e explosões de raiva
acompanhadas de destruição. Nestas situações a intensa carga emocional funciona
como uma “cola” que une as pessoas. Na verdade isso me faz lembrar um artigo
que li há muito tempo que dava uma dica para fazer algum se apaixonar, e a dica
era “andar de montanha russa juntos ou ver um filme de terror”. Isso porque,
mesmo que nenhuma destas coisas sejam românticas ainda assim tem o poder de
elevar a carga emocional e, segundo este artigo, estar ao lado de alguém num
momento destes pode fortalecer os laços.
Marisa de Abreu Alves Psicóloga - CRP 06/29493-5
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