Entrevista cedida pela psicóloga Margarida Luzia dos Santos Antunes Chagas CRP 06/83646 para Juliana Falcão (MBPress)
É cientificamente comprovado que a paixão não dura para sempre. O pavor de perder a pessoa, o ciúme descontrolado e a necessidade de estar com o parceiro o tempo todo passam naturalmente.
E enquanto as labaredas vão diminuindo, nasce o amor, um sentimento mais tranquilo, mais sereno. E passados alguns anos, esse mesmo amor sofre novas transformações, abrindo espaço para o companheirismo.
É muito comum alguns casais entrarem em crise nessa fase, acreditando que o desejo um pelo outro chegou ao fim. Mas a interpretação não deve ser bem essa. "No processo de mudança, o segredo não é ‘aceitar’ a nova fase como ato de comodismo e sim reconhecer as grandes novidades que ela pode proporcionar, é um novo e maduro amor que está nascendo", orienta a psicóloga Margarida Antunes Chagas.
Um relacionamento sólido não pode ser construído tendo como base a paixão, que deixa seus envolvidos parcialmente "cegos". Portanto, o casal que pretende alcançar o tão sonhado "felizes para sempre", precisa encontrar um no outro não somente o desejo, mas também características que são compatíveis com suas respectivas interpretações de mundo, que os remetam a sentimentos de confiança, lealdade, carinho e amor.
Dra. Margarida comenta: "A paixão se acaba em dois anos. O que sobra é a serenidade da companhia, a confiança e cumplicidade e, é claro, duas pessoas alimentando a brasa do desejo e do amor para que eles nunca cessem", diz. "A transformação, seja ela em qualquer campo de nossas vidas, é benéfica. Quer dizer que passamos para outra fase, que conseguimos enxergar a vida de outra forma, na maioria das vezes com mais segurança e maturidade. Pensando assim, existem diversos pontos positivos em ‘casais amantes amigos’".
A especialista afirma que os casais que conseguem passar por esta transformação de forma tranquila ou com a ajuda de um profissional têm como recompensa a união de duas forças: o amor e a amizade. Isso prova que deixar aflorar o companheirismo na relação não quer dizer que o chama se apagou. "Eu atendo casais e pela minha experiência posso dizer que quando parceiros em crise retomam as atitudes de companheirismo, com elas renascem a união, o entendimento mútuo e o desejo sexual "
A transição da paixão desmedida para o companheirismo, segundo Dra. Margarida, acontece de maneira natural quando é implícita. Porém, se uma das partes simplesmente começa a apresentar comportamentos diferentes dos habituais, é hora de sentar e conversar, não deixando que a situação chegue ao limite.
"Uma forte característica de casais em crise é colocar a culpa em um terceiro. Ninguém e nem nada é capaz de acabar com o sentimento de duas pessoas que realmente querem ficar juntas", afirma. "Muitas vezes, basta uma conversa esclarecedora para que o casal consiga interpretar e resolver a situação juntos. Se acharem necessário a intervenção de um profissional, devem fazer o quanto antes. Admitir erros e aceitar mudanças é sinal de inteligência e de uma vida mais saudável e feliz".
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