Síndrome de Tourette

Uma vez uma pessoa me perguntou o que  seria a síndrome de Tourette, e em sua pergunta havia alguns subitens:

Seria uma ironia do destino? 

Uma armação diabólica? 


Uma mania boba que basta força de vontade para vence-las? 

Uma doença simples que pode ser tratada com medicamentos e acompanhamento médico? 


Um mundinho criado por uma pessoa doente mental?



Tiques

Podemos identificar os tiques nos movimentos involuntários que surgem subtamente como por exemplo piscadas, movimentos do corpo, sons, etc, que ocorrem todo o tempo ou em forma de acessos.
Algumas vezes podem ser de baixa intensidade e pouco perceptível por quem está próximo, outras vezes pode ser intensos onde a pessoa se movimenta de forma brusca ou diz certas palavras ou emite sons indecifráveis muito altos chegando algumas vezes a assustar quem está por perto.
Algumas vezes o tique fica disfarçado em gestas normais, como levantar os óculos no nariz, mas a repetição o faz ser reconhecido como tique.
É possível que em alguns casos o paciente consiga, com muito esforço, evitar o tique pois podem ser precedido por uma sensação premonitória.
Não é comum que não haja tiques enquanto a pessoa dorme e pode diminuir quando ingere bebidas alcoolicas, o que imagino pode causar um segundo problema caso a pessoa recorra às bebidas com a finalidade de amenizar o tique. Mas atividades que exigem concentração também podem reduzir os tiques.
Estresse e cansaço podem aumentar os tiques.

Os tiques podem ser simples como por exemplo: piscar os olhos, fazer caretas, torcer o nariz ou a boca, trincar os dentes, levantar os ombros, mover os dedos das mãos e sacudir a cabeça ou o pescoço. Entre as vocalizações dessa categoria estão “coçar” a garganta, estalar a língua, gritar, assobiar, roncar e imitar sons de animais, como grunhidos, uivos, zumbidos e latidos.

Os tiques complexos são semelhantes às compulsões, são comportamentos acompanhados por pensamentos, idéias ou imagens, normalmente acompanhadas de intensa ansiedade, palpitações, tremores e sudorese. Os tiques são precedidos por uma sensação de obrigatoriedade, de ter que fazer algo, que age como uma pressão crescente que precisa ser descarregada. Além disso, portadores de tiques relatam sensações táteis ou musculares que antecipam os comportamentos repetitivos (sensações premonitórias), o que não ocorre com as compulsões.

Síndrome de Tourette
Portadores de tiques costumam apresentar mais de um tipo de manifestação. Quando elas são múltiplas e envolvem tanto tiques motores como vocais, não necessariamente ao mesmo tempo, caracterizam a síndrome de Tourette.
O distúrbio surge por volta dos 7 anos, mas esse evento pode variar dos 2 aos 15 anos. No início, ocorrem tiques motores simples, como piscadelas dos olhos. Aos 11 anos, em média, a criança apresenta vocalizações, como pigarro, fungadelas, tosse e exclamações coloquiais, entre outras. Essa ordem, entretanto, pode ser invertida.
O tique também pode se manifestar como uma emissão involuntária de palavras ou gestos obscenos (coprolalia e copropraxia, respectivamente). A coprolalia ocorre em menos de um terço dos casos e talvez sofra alguma influência cultural, já que é mais freqüente em determinados países.

Depois que a síndrome de Tourette se instala, os sintomas variam de intensidade, principalmente na adolescência. Alguns distúrbios de comportamento costumam aparecer junto com a doença, como hiperatividade, automutilação, problemas de conduta e de aprendizado, além do transtorno obsessivo-compulsivo (TOC). Estudos sugerem que mais de 40% dos portadores da síndrome de Tourette também apresentam TOC e cerca de 90%, sintomas obsessivos.


Causas
Cerca de 1% da população mundial tem síndrome de Tourette, desde as formas mais brandas e não-diagnosticadas até as mais graves. Os tiques costumam afetar até 20% das crianças, mas em geral desaparecem espontaneamente, em menos de três meses. Caso contrário, há suspeita de tiques crônicos ou síndrome de Tourette.
A causa da doença é desconhecida, mas sabe-se que há influência de fatores genéticos e neurobiológicos.

Tratamento
O tratamento da síndrome de Tourette envolve a terapia psicossocial e a farmacológica. Antes de ser iniciado, deve-se fazer uma avaliação dos tiques, no que diz respeito a localização, freqüência, intensidade, complexidade e interferência na vida cotidiana.
Indica-se a psicoterapia, inclusive com orientação a pais, familiares e professores. É importante que todos estejam bem informados a respeito da doença, suas características e o modo de lidar com o paciente. Deve-se evitar a estigmatização e atitudes superprotetoras, porque a criança pode perceber e manipular a doença para obter o que deseja.
Há relatos de cura com a psicoterapia comportamental. Nesse contexto, a técnica conhecida como reversão de hábito tem se mostrado a mais adequada.











Fonte: Ana Gabriela Hounie  vice-coordenadora do Protoc; Eurípedes Miguel  professor associado do departamento de Psiquiatria e coordenador do Projeto Transtornos do Espectro Obsessivo-Compulsivo (Protoc) do Instituto de Psiquiatria da FMUSP.

Marisa de Abreu Alves Psicóloga - CRP 06/29493-5


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